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Lesão do manguito rotador: tudo o que você precisa saber

O grupo de tendões e músculos que se inserem na região proximal do úmero (osso do braço) chama-se manguito rotador e é formado por 4 músculos, sendo eles:  o supraespinhal, o subscapular, redondo menor e o infraespinhal. Esses músculos terminam em tendões achatados e largos que cobrem toda a cabeça do úmero. A principal função do manguito é a de trazer estabilidade e possibilitar os movimentos do ombro.

 

As lesões na região do manguito rotador são muito comuns na população, sendo que a sua incidência aumenta conforme a idade, tal que 30% dos pacientes com mais de 60 anos e aproximadamente 60% dos pacientes com mais de 80 anos apresentam algum tipo de lesão nesses tendões.

 

As principais causas de dor no ombro estão relacionadas ao manguito rotador, como por exemplo a bursite e a tendinite. No entanto, as lesões do manguito rotador podem ocorrer tanto de forma assintomática, ou seja, o paciente não percebe a lesão, quanto de forma sintomática, nos casos em que a queixa mais comum é justamente a dor. 

 

Ainda no que se refere à dor, ela costuma piorar durante atividades do dia a dia como levantar o braço, pendurar roupas, ao pegar objetos em prateleiras altas, ficar por muito tempo com o braço no volante, entre outros. Diversos pacientes se queixam que a lesão no manguito rotator apresenta uma piora importante da dor durante à noite, resultando em dificuldades para encontrar uma posição confortável para dormir e, consequentemente, prejudicando a qualidade do sono. Em casos mais graves, o paciente pode perder a força e a capacidade de levantar o braço.

 

Quais são as principais causas dessas lesões?

 

As causas que podem levar à lesões na região do manguito rotador são diversas e podemos dividi-las em:

 

Fatores genéticos: refere-se à predisposição do paciente de nascer com alguma lesão do manguito rotador;

Fatores mecânicos: quando o manguito rotador atravessa o ombro e demais estruturas ao seu redor, como um acrômio ganchoso, pode resultar em aumento de atrito nos tendões;

Fatores ambientais: movimentos repetitivos, envelhecimento, diabetes, tabagismo;

Fatores intrínsecos: processos inflamatórios como nas artrites, baixa irrigação sanguínea dos tendões;

Fatores traumáticos: fraturas ou luxações na região do ombro podem causar ou mesmo piorar lesões já existentes no manguito rotador.

 

Nesse ponto vale ressaltar que o paciente também pode apresentar mais de um dos fatores de risco mencionados e que, em conjunto, podem resultar em uma lesão do manguito rotador. No entanto, possuir algum desses fatores de risco não significa que a lesão do manguito rotador vai aparecer, e sim, que o risco é maior.

 

Os Tipos

 

Existem diversos graus de lesões do manguito rotador. Inflamações ou tendinites são consideradas lesões menores. Já as mais graves são caracterizadas pela ruptura parcial das fibras dos tendões ou pela ruptura completa do tendão que faz com que o músculo se retraia afastando-se do osso.

 

As lesões do manguito rotador são divididas em três estágios:

Fase 1: Edema, inflamação e hemorragia

Fase 2: Fibrose e tendinite, com ou sem lesões parciais

Fase 3: Ruptura completa do tendão, associada a alterações ósseas

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico deve ser feito através de exames clínicos, aliados a exames de imagem, principalmente a ressonância magnética e a ultrassonografia do ombro. A radiografia do ombro também pode ser recomendada, visto que pode excluir outras doenças do diagnóstico, como fraturas, tendinite calcária e osteoartrose do ombro.

 

Tratamentos

 

Nem todas as lesões necessitam de cirurgia, visto que muitas são consideradas alterações normais do processo de envelhecimento. O tipo de tratamento é uma escolha bastante individual e pauta-se, principalmente, na gravidade de cada lesão, na idade do paciente e na intensidade da dor. O tratamento é bastante conservador sendo que, nas fases iniciais, indica-se um tratamento clínico com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios para reduzir os sintomas de dor. Outra recomendação de extrema importância é o repouso. Reforço muscular, fisioterapia e eventuais infiltrações também podem ser bastante úteis de acordo com a avaliação do especialista.

 

A cirurgia é indicada quando o tratamento conservador não apresenta efeitos prolongados. Nestes casos, pode haver a necessidade de um tratamento cirúrgico baseado na causa da doença (alterações acromioclaviculares, proeminência acromial, ruptura tendinosa ou combinação de várias).

 

As possibilidades cirúrgicas incluem, entre outras:

 

  • Acromioplastia;

  • Retirada de osteófitos acromioclaviculares;

  • Sutura do manguito;

  • Desbridamento da lesão e bursectomia;

  • Tratamento de lesões do bíceps.

 

Existe ainda a técnica de artroscopia, que trata-se de um procedimento menos invasivo e bastante eficaz. Seu pós-operatório costuma ser bem tolerado e a dor é controlada a partir do uso de analgésicos. Até que ocorra a cicatrização total do tendão, o paciente não deve realizar nenhum esforço, além de fazer o uso de tipoia por um período de quatro a seis semanas. As atividades que exigem esforços leves serão permitidas após três meses e as atividades desportivas, em média seis meses após a realização da cirurgia.

 

Prevenção

 

Para prevenir as lesões do manguito rotador, é muito importante que haja o fortalecimento dos músculos localizados na região do ombro, atentando sempre à biomecânica de cada exercício. Através da prática de musculação e de exercíci???????os específicos, sob a orientação de um profissional, como o fisioterapeuta, educador físico e ortopedista, é possível atenuar o atrito e o impacto entre as estruturas que o compõem e assim, promover maior estabilidade para a região do ombro.?

 

Fatores como obesidade, doenças metabólicas, tabagismo e sobrecarga da região do ombro também colaboram para o surgimento da lesão. Dessa forma, medidas como investir em uma alimentação saudável, não fumar e adotar bons hábitos acabam atuando como fatores preventivos. 



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Tags:manguito rotatormusculoslesões

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